
O Fórum de Comunidades Tradicionais – Indígenas, quilombolas e caiçaras de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba – FCT, vem através desta Nota Pública manifestar nossa grande preocupação com a possibilidade de flexibilização das normas que regram as atividades no município de Paraty-RJ, durante a Pandemia Covid-19, possibilitando a abertura dos comércios e organizações religiosas. Sabemos que a Prefeitura Municipal vem sofrendo grande pressão de setores da sociedade que querem ter comércios, serviços de turismo e até mesmo igrejas, reabrindo nesse momento. Porém, segundo especialistas em saúde, esse período é considerado um dos mais delicados para a propagação do novo Coronavírus.
As comunidades tradicionais também são empreendedoras e trabalham com o turismo e dependem disso para fortalecer suas economias. Mas para nós, preservar vidas é o mais importante nesse momento. Estamos resistentes à essa flexibilização, seguindo as orientações das instituições de saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz, conceituada instituição de pesquisa na área da saúde que está na linha de frente do combate à pandemia e as determinações que foram decretadas pela Prefeitura Municipal de Paraty até o momento, pois acreditamos que para fortalecer as medidas de prevenção devemos respeitar o isolamento social. Adquirir novos equipamentos como a compra de respiradores, construção do hospital de campanha, higienização das ruas são ações fundamentais, assim como todas as medidas de contenção da proliferação do vírus tomadas até então.
Mas isso não é o suficiente para garantir a segurança das pessoas, sendo fundamental que se mantenha o isolamento social. Portanto, não podemos deixar de manifestar repúdio a qualquer ação que permita a flexibilização do isolamento social devidamente imposto na cidade de Paraty até o momento. Não concordamos com a abertura dos comércios que não sejam de extrema necessidade, assim como de organizações religiosas e sobretudo da permissão de atividades turísticas no município de Paraty, visto que essa é uma atividade de fluxo de pessoas de diversas partes do país e do mundo e isso pode gerar a intensificação da disseminação do coronavírus. As atividades econômicas são importantes, mas o cuidado com a saúde da população deve pautar as ações. Nossa prioridade, nesse momento, é salvar o máximo de vidas, por meio do isolamento social.
FÓRUM DE COMUNIDADES TRADICIONAIS-ANGRA-PARATY-UBATUBA
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