
"Saberes e Sabores" é o nome da feira cultural do Fórum de Comunidades Tradicionais que acontecerá no dia 22 de setembro no Quilombo do Campinho em Paraty
Celebrar a luta em defesa do território, das práticas agroecológicas que promovem saúde e soberania alimentar, do protagonismo das mulheres negras, indígenas e caiçaras que seguem reinventando e construindo as histórias de resistência pela terra e pelos direitos humanos dos povos e comunidades tradicionais na região e no Brasil. É nesse contexto que será realizada pela primeira vez no Quilombo do Campinho em Paraty a Feira Cultural “Saberes e Sabores”, uma iniciativa do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba.
A feira vai acontecer no próximo sábado, dia 22 de setembro, a partir das 13h no Restaurante do Quilombo. Troca de mudas e sementes crioulas, agroecologia, artesanatos, a luta em defesa do território e toda a diversidade da cultu ra dos povos indígenas, caiçaras e quilombolas farão parte desse movimento. A programação da feira ficará por conta dos grupos culturais quilombolas, indígenas, caiçaras. Também haverá oficina de estamparia do FCT, ou seja, todos que quiserem podem trazer camisetas para serem estampadas pelo movimento.

“Com a agroecologia vivenciamos um sistema de conexão com a natureza e para nós representa uma forma de luta para que possamos colher muitos bons frutos e manter a nossa terra fértil e viva”, pontua Ana Claudia Martins, liderança quilombola do Campinho que também é agricultora, guia de turismo de base comunitária e jongueira. Agricultoras e agricultores da região estarão presentes com produtos agroecológicos, mudas e sementes crioulas.

Quilombo do Campinho
Protagonizada por três mulheres, vovó Antonica, tia Marcelina e tia Maria Luiza, a história do quilombo do Campinho da Independência evidencia a força e resistência dessas famílias que lutaram para conquistar e permanecer na terra no final do século XIX. Com o passar do tempo, a região se valorizou e mais uma vez, as novas gerações se colocaram em defesa de seu território, que culminou na titulação do quilombo, no dia 21 de março de 1999 - o primeiro quilombo titulado do estado do Rio de Janeiro. Atualmente a comunidade recebe grupos e opera roteiros de turismo de base comunitária, possui casa artesanato, agroecologia, além de ações culturais como o jongo, o samba, a dança afro, capoeira e possui um dos restaurantes mais famosos da região com a maravilhosa culinária quilombola.
Saiba mais sobre o Fórum de Comunidades Tradicionais
O movimento do Fórum de Comunidades Tradicionais - Angra do Reis, Paraty e Ubatuba - (FCT) teve início em 2007 e desde então trabalha pela defesa do território tradicional de caiçaras, indígenas e quilombolas (40 comunidades). Dentro desse contexto, o Turismo de Base Comunitária tornou-se mais uma ferramenta para fomentar a salvaguarda dos saberes, manifestações culturais e de todo o modo de vida tradicional que resiste em uma região explorada intensamente pelo turismo de massa. Assim como a educação diferenciada, a agroecologia e diversas ações políticas do FCT.
Texto: Comunicação Popular FCT - Vanessa Cancian
Fotos: Eduardo Napoli
Arte: Eduardo Napoli
Editoração Eletrônica: Comunicação Popular FCT - Vanessa Cancian