Representantes do povo guarani mbya do FCT participam do Acampamento Terra Livre em Brasília
A mobilização reuniu cerca de 3 mil indígenas de todo o Brasil reivindicando demarcação de terras, direitos básicos e, sobretudo, o combate ao genocídio indígena
Aconteceu entre os dias 23 a 27 de Abril em Brasília (DF) mais uma edição do Acampamento Terra Livre(ATL), realizado há quinze anos, como forma de promover a luta dos povos indígenas, essa é atualmente a maior mobilização nacional indígena que reúne anualmente lideranças e representantes de etnias de todo o país.
O Fórum de Comunidades Tradicionais esteve representado por Júlio Garcia Karai Xiju da aldeia Sapukai de Angra dos Reis e Alexandre Kuaray Mirim da aldeia do Rio Bonito em Ubatuba. Ambos participaram do ATL 2018 levando as reivindicações dos povos guarani mbya da região da Costa Verde e fortalecendo a mobilização que reuniu mais de 100 povos diferentes na capital federal.
“Para nós indígenas é muito importante estar nesse movimento e representando nossos povos do FCT e mostrando que somos um movimento que agrega comunidades tradicionais indígenas, caiçaras e quilombolas”, pontua Karai Xiju. Segundo ele, em um dos grupos de trabalho do acampamento foi discutido a relevância que é a união de todos os povos e comunidades tradicionais e dos movimentos sociais.
“Nos dias de chegada dos povos indígenas, apresentamos as danças e cantos das delegações que vieram pra Brasília. Foi lindo, no lugar onde tem o Memorial dos Povos Indígenas e parece que ligou a comunidade indígena com o memorial, um local sagrado pra gente”, relata Kuaray Mirim.
A luta pela educação diferenciada e de qualidade, as questões ligadas à saúde da mulher e das crianças indígenas, a demora nos processos de demarcação foram algumas das bandeiras debatidas e reivindicadas pelo acampamento de 2018. Além disso, o tema principal, chamado também de legitimação do genocídio indígena esteve relacionado ao fato de que o presidente Michel Temer oficializou por meio do parecer AGU nº 001/2017, que, de forma inconstitucional paralisa as demarcações de terras indígenas em todo o país e anula demarcações já realizadas.
“Depois de 518 anos, as hordas do esbulho, da acumulação e do lucro continuam massacrando e exterminando os nossos povos para tomar conta de nossas terras e territórios, dos bens comuns e de todas as formas de vida que, milenarmente, soubemos proteger e preservar” - trecho do documento final do ATL 2018 - clique aqui e acesse o texto completo.
Confira abaixo o vídeo da Mobilização Nacional Indígena sobre o Acampamento Terra Livre 2018.
Texto: Comunicação Popular FCT - Vanessa Cancian
Fotos: Comunicação Popular CGY/FCT - Alexandre Kuaray Mirim
Vídeo: Mobilização Nacional Indígena Editoração Eletrônica: Comunicação Popular FCT - Eduardo Napoli