O evento reuniu de 16 a 18 de abril jovens indígenas guarani do estado de São Paulo e Rio de Janeiro na Terra Indígena do Jaraguá em São Paulo
Realizado entre os dias 16 e 18 de abril na terra indígena do Jaraguá em São Paulo, o II Encontro de Jovens Lideranças Guarani reuniu cerca de 90 indígenas de diversas aldeias dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo como forma de promover o fortalecimento da luta do povo guarani em defesa de seus territórios e de seus direitos.
Júlio Garcia Karai Xiju da aldeia Sapukai de Angra dos Reis e Alexandre Kuaray Mirim da aldeia do Rio Bonito em Ubatuba, representantes do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) participaram do movimento como forma de evidenciar a luta das comunidades indígenas da região da Costa Verde.
“Reunir a juventude foi muito produtivo, tivemos oportunidade de falar e de ouvir os jovens falando sobre como se sentem diante da realidade indígena atual”, destaca Kuaray Mirim. Segundo ele, na grande parte dos encontros de lideranças os mais velhos acabam tomando a frente e na maioria das vezes não dão espaço para os jovens. “Somos sempre chamados para pautas específicas da juventude e não para as pautas gerais”, completa.
“O evento foi muito bem organizado e os jovens colocaram muito cuidado na organização das pautas”, ressalta Karai Xiju. Ele participou de uma das mesas que trataram da importância do movimento do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY). “Enquanto representante do FCT e da CGY, afirmei que articulações como essas somam na batalha pela garantia dos nossos direitos e nossos territórios. Além disso, que o objetivo do encontro dos jovens, que é fortalecer a luta de cada uma das regiões em que há povo guarani”, finaliza.
De acordo com Kuaray Mirim, pode-se comparar as diferentes realidades do povo guarani pois, o encontro reuniu jovens de diversas comunidades, das mais afastadas dos grandes centros urbanos àquelas que, assim como a Jaraguá, convivem com a cidade de São Paulo.
“Dar mais visibilidade e voz aos jovens é fundamental, para que nós possamos também participar das plenárias que falam sobre a política indigenista, das decisões que são tomadas para cada situação, saber a situação de cada comunidade dentro dos diversos assuntos que envolvem as aldeias”, conta Kuaray Mirim. Texto: Comunicação Popular FCT/Vanessa Cancian
Fotos: Comunicação CGY Editoração Eletrônica: Comunicação Popular FCT/Eduardo Napoli