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A Saúde do Quilombo do Campinho

Nos dias 28 de fevereiro e 1° de março, o Quilombo do Campinho recebeu a visita dos integrantes do ObTeia, o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. Oficializada em dezembro de 2011, para acompanhar a implementação desta política de saúde integral junto à população do campo, o ObTeia visa a contribuir na avaliação e no planejamento de ações para melhorar a implantação do Sistema Único de Saúde, o SUS, nesses territórios. Para esta etapa da pesquisa foram selecionadas nove comunidades espalhadas pelo país. A escolha levou em conta o território que possuía um tecido social com raízes históricas e culturais, com configurações políticas e identidades e, cujos sujeitos sociais protagonizassem um compromisso com o desenvolvimento local sustentável. Em função dessas características, o Quilombo do Campinho foi uma das comunidades tradicionais escolhida.

Na reunião organizada pelo Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) estiveram presentes as seguintes instituições: Secretaria de Saúde de Paraty, integrantes do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT), Fiocruz, CONAQ/Quilombo do Campinho, a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Universidade de Brasília, ASGEP/Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro/Humanização e o Grupo Terra. A pesquisa no Quilombo do Campinho será realizada por um pesquisador da própria comunidade e por pesquisadores do OTSS/Fiocruz, e terá como objetivo específico avaliar a relação entre a titularidade da terra e a implementação das políticas de saúde na comunidade. Para o representante da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz, Guilherme Franco Neto, “essa pesquisa é parte de um processo que pretende pautar caminhos para a melhoria da Saúde no sentido mais amplo: a prevenção da doença através de melhorias da qualidade da alimentação, da água, ou seja, da vida nas comunidades

Através dessa pesquisa, uma dívida histórica do Estado brasileiro nas questões da Saúde das comunidades tradicionais está sendo identificada e descrita por pesquisadores vindos da universidade em conjunto com pesquisadores vindos dos movimentos sociais. Para o gestor da ObTeia, Fernando Ferreira Carneiro, o “diálogo com os comunitários é muito importante para saber qual é a expectativa sobre a questão da Saúde dentro do território”. Esse diálogo tem mostrado como se dá o acesso à saúde pelas populações do campo, floresta e água, considerando os determinantes socioambientais para contribuir com a organização do SUS no território. Para a pesquisadora popular e integrante da Associação dos Moradores do Quilombo do Campinho (AMOQC), Daniela Elias, esse “trabalho é uma oportunidade de colocar em prática os direitos da Saúde garantidos por lei.”

Por Comunicação Fórum de Comunidades Tradicionais


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